ZONA[IN]VISIBILIDADE - português

SINOPSE

Imagens de um zapping televisivo gravadas várias vezes consecutivamente, na tentativa de transformá-las, rarefeitas na mutação do próprio meio, da TV, do sinal vídeo, da mensagem. ZONA[IN]VISIBILIDADE é também tentar fazer pintura com a imagem em movimento, com imagens que falam só delas mesmas desvinculadas da obrigação da narrativa. Uma proposta alternativa à extrema eloqüência da televisão de baixo nível.

ARTIST’S STATEMENT

O conteúdo do vídeos são várias horas de zapping de várias redes de televisão, filmadas e re-filmadas, até a abstração. As imagens gravadas e re-gravadas perdem assim seu caráter figurativo, realista. Esta técnica da re-filmagem é presente em muitos trabalhos anteriores mas em ZONA[IN]VISIBILIDADE se transformam em parte fundamental do trabalho. Em ambos os suportes utilizados para esta mostra, seja ele fotográfico que videográfico, a característica primordial destes meios que é representar fielmente a realidade, perdem paradoxalmente esta sua função primordial e se transformavam em outras coisas: visíveis, não-visiveis ou (in)vísiveis. O olhar visível(in), interior, no âmago da imagem eletrônica, deixar-se levar pela percepção pura, e vai descobrir imagens e significações além da razão. Ajudar a ver a mesma realidade de uma outra forma, onde cada expectador pode adquirir a sua realidade, a sua verdade, no espaço onde o “nada” coexiste com o “absoluto”.

Em ZONA[IN]VISIBILIDADE a realidade, ou a representação da realidade não existem, são rarefeitas e contidas em qualquer lugar entre o nervo ótico e o cérebro, num ponto desconhecido do olhar daquele que as vê.

TRAJETÓRIA DO TRABALHO

A primeira versão de ZONA[IN]VISIBILIDADE durava 55 minutos, foi realizada analogicamente e fazia parte de uma video-instalação e exposição homônima exibida em fevereiro de 1996 na Galeria Assenzio de Roma. A galeria era uma das que aderiram o movimento romano chamado artist’s spaces espaços expositivos com gestão de jovens, críticos de arte e curadores emergentes que também publicavam uma revista chamada RomArte. Esta mostra individual curada pelo coletivo "Matia", contava com a vídeo-instalação e o vídeo ZONA[IN]VISIBILIDADE, 55 min que era repetido em loop por 220 minutos. A vídeo-instalação consistia em um monitor de 30 polegadas dentro um outro container de forma cubica virado para cima. Atrás do vídeo eram posicionadas 4 fotografias (silverprint PB e chinaghaph) de 50 X 60 cm. Em 1998 foi realizada uma versão reduzida de 5 minutos e selecionada pela curadora italiana Valentina Valentini a participar de Visibilidade Zero, uma mostra coletiva de artistas de vídeo de autor no MACRO (Museu de Arte Contemporânea de Roma) e que itinerou em outras galerias de Roma, de Milão e Vilnius na Lituânia. Participaram a esta mostra outros artistas como John Maybury, Gerry Schum, Ursula Wevers, Sarunas Bartas, Tracey Moffatt, Ciprì e Maresco. Em 1999 a versão reduzida de ZONA[IN]VISIBILIDADE participou da I Biennale di Arte Eletrônica e TV de qualidade, curadoria de Marco Maria Gazzano.


Creative Commons License
Zona(in)visibilità by César Meneghetti is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Unported License.
Permissions beyond the scope of this license may be available at http://bwfilms.blogspot.com/.